quarta-feira, 28 de abril de 2010

O que foi o saque de Roma?


Até mesmo muitos católicos não sabem que tal fato aconteceu. O que foi o Saque de Roma?

O Saque de Roma foi um dos episódios mais sangrentos do Renascimento. No dia 6 de maio de 1527, os membros das legiões luteranas do exército imperial de Carlos V promoveram um levante e tomaram de assalto a cidade de Roma.

Cerca de 18.000 lansquenetes foram lançadas durante semanas contra a pior das repressões, ocasionando um rio de sangue costumeiramente "esquecido" pelos historiadores, que não lhe prestam a devida atenção. Um texto veneziano [contemporâneo] afirma sobre este saque que: "o inferno não é nada quando comparado com a visão da Roma atual". Os soldados luteranos nomearam Lutero "papa de Roma".

Eis mais alguns fatos [desse episódio] que a história de alguns "eruditos" se omite covardemente:

- Todos os doentes do Hospital do Espírito Santo foram massacrados em seus leitos.

- Dos 55.000 habitantes de Roma, sobreviveram apenas 19.000.

- O resgate foi da ordem de 10 milhões de ducados (uma soma astronômica naquela época).

- Os palácios foram destruídos por tiros de canhões com os seus habitantes dentro.

- Os crânios dos Apóstolos São João e Santo André serviram para os jogos esportivos das tropas.

- O rio Tibre carregou centenas de cadáveres de religiosas, leigas e crianças violentadas (muitas com lanças incrustadas em seu sexo).

- As igrejas, inclusive a Basílica de São Pedro, foram convertidas em estábulos e missas profanas com prostitutas divertiam a soldadesca.

- Gregório afirma a respeito: "Alguns soldados embriagados colocaram ornamentos sacerdotais em um asno e obrigaram a um sacerdote a conferir-lhe a comunhão. O pobre sacerdote engoliu a forma e seus algozes o mataram mediante terríveis tormentos".

- Conta o Pe. Mexia: "Depois disso, sem diferenciar o sagrado e o profano, toda a cidade foi roubada e saqueada, inexistindo qualquer casa ou templo que não foi roubado ou algum homem que não foi preso e solto apenas após o resgate".

- Erasmo de Roterdan escreve sobre este episódio: "Roma não era apenas a fortaleza da religião cristã, a sustentadora dos espíritos nobres e o mais sereno refúgio das musas; era também a mãe de todos os povos. Isto porque, para muitos, Roma era a mais querida, a mais doce, a mais benfeitora do que até seus próprios países. Na verdade, o saque de Roma não foi apenas a queda desta cidade, mas também de todo o mundo".

Ninguém fala deste horror brevemente expresso nas linhas acima. Mas basta consultar qualquer livro honesto e transparente sobre a história documentada.

O mundo se cala - como se cala ainda perante o assassinato silencioso de milhares de católicos por fundamentalistas muçulmanos, hindus, sikis etc, não excluindo os assassinatos ocasionados pelo totalitarismo de Fidel Castro, o genocídio de Pol-Pot e a pérfida perseguição das autoridades da China.

É realmente elegante falar mal da Igreja de Cristo, fundada por Ele mesmo e com dois mil anos de história humana, como se apenas os católicos fossem os geradores das notícias escandalosas, algumas vezes verdadeiras, mas outras vezes simplesmente inexistentes...

Vejamos agora a opinião dos "Grandes Reformadores Protestantes" sobre o emprego da violência:

Iniciemos, observando que uma das bases da Reforma Protestante - a doutrina das indulgências - foi mal interpretada pelos reformadores ou pelo povo que não tinha formação religiosa (basta fazer um estudo sincero e imparcial).

No ano de 1518, o Papa Leão X emitiu uma Bula Pontifícia em que esclarecia a doutrina das indulgências e o seu uso. Nesta bula eram rejeitados muitos dos méritos que atribuíam às indulgências. As indulgências NÃO perdoavam os pecados nem as culpas, mas apenas as penitências terrenas que a Igreja (não um governante secular) havia imposto.

Quanto a livrar as almas do Purgatório, o poder do Papa se limitava às oraçães em que suplicava a Deus que aplicasse à alma de certo defunto o excedente dos méritos de Cristo e dos Santos ("A Reforma na Alemanha", Will Durant).

De nada adiantou tal bula, pois a Reforma seguiu o seu curso. A maneira de pensar dos Reformadores foi extremamente violenta e, muitas vezes, uma verdadeira apologia ao crime.


Com efeito, em 1520, vemos Lutero escrever em sua "Epitome":

"Se Roma assim crê e ensina, conforme os papas e cardeais, francamente declaro que o verdadeiro anticristo encontra-se entronizado no templo de Deus e governa em Roma (a empurpurada Babilônia), sendo a Cúria a sinagoga de Satanás (...)

Se a fúria dos romanistas não cessar, não restará outro remédio senão os imperadores, reis e príncipes reunidos com forças e armas atacarem a essa praga mundial, resolvendo o assunto não mais com palavras, mas com a espada. 

Se castigamos os ladrões com a forca, os assaltantes com a espada, OS HEREGES COM A FOGUEIRA, por que não atacamos com armas, com maior razão, a esses mestres da perdição, a esses cardeais, a esses papas, a todo esse ápice da Sodoma romana, que tem perpetuamente corrompido a Igreja de Deus, lavando assim as nossas mãos em seu sangue?"

Em um folheto intitulado "Contra a Falsamente Chamada Ordem Espiritual do Papa e dos Bispos", de julho de 1522, disse:

"Seria melhor que se assassinassem todos os bispos e se arrasassem todas as fundações e claustros para que não se destruísse uma só alma, para não falar já de todas as almas perdidas para salvar os seus indignos fraudadores e idólatras. Que utilidade tem os que assim vivem na luxúria, alimentando-se com o suor e o sangue dos demais?"

Em seu folheto "Contra a Horda dos Camponeses que Roubam e Assassinam", Lutero dizia aos príncipes:

"Empunhai rapidamente a espada, pois um príncipe ou senhor deve lembrar neste caso que é ministro de Deus e servidor da Sua ira (Romanos 13) e que recebeu a espada para empregá-la contra tais homens (...) Se pode castigar e não o faz - mesmo que o castigo consista em tirar a vida e derramar sangue - é culpável de todos os assassinatos e todo o mal que esses homens cometerem".

Em julho de 1525, Lutero escrevia em sua "Carta Aberta sobre o Livro contra os Camponeses":

"Se acreditam que esta resposta é demasiadamente dura e que seu único fim e fazer-vos calar pela violência, respondo que isto é verdade. Um rebelde não merece ser contestado pela razão porque não a aceita. Aquele que não quer escutar a Palavra de Deus, que lhe fala com bondade, deve ouvir o algoz quando este chega com o seu machado (...) Não quero ouvir nem saber nada sobre misericórdia".

Sobre os judeus, assim dizia em suas famosas "Cartas sobre a Mesa":
"Quem puder que atire-lhes enxofre e alcatrão; se alguém puder lançá-los no fogo do inferno, tanto que melhor (...) E isto deve ser feito em honra de Nosso Senhor e do Cristianismo.

Sejam suas casas despedaçadas e destruídas (...) Sejam-lhes confiscados seus livros de orações e talmudes, bem como toda a sua Bíblia. Proíba-se seus rabinos de ensinar, sob pena de morte, de agora em diante. E se tudo isso for pouco, que sejam expulsos do país como cães raivosos".

E a Igreja Católica é que é acusada de antisemitismo, classificando-se de "frouxas" as palavras de perdão do Papa [João Paulo II] em 2002... Algum representante da igreja luterana (Ou outra denominação "evangélica")  já pediu perdão aos judeus e também pelos erros do passado?

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